O resfriado é uma inflamação das vias
respiratórias altas e pode ser desencadeado por uma série de vírus, dentre os
quais destaca-se os rinovírus e os coronavírus. Existem três períodos anuais de
maior incidência: início do outono, meados do inverno e primavera. No inverno é
mais freqüente o resfriado produzido pelo coronavírus e no outono e primavera
pelo rinovírus. Nos meses frios, ao permanecer maior tempo em locais fechados,
pouco ventilados e secos, a possibilidade de se sofrer um resfriado aumenta.
Os vírus se transmitem pelo contato com objetos
infectados ou através da saliva que lançamos ao falar ou espirrar, o que
converte esta patologia em altamente contagiosa. O paciente pode apresentar
esses sintomas: congestão nasal, dor de cabeça, febre branda, dor de ouvido,
dores musculares e articulares, conjuntivite, dor de garganta, tosse seca de
suave a moderada e fadiga.
O que um paciente considera como resfriado pode
ocultar outra enfermidade, por exemplo, um resfriado persistente pode ocultar
uma alergia, confusão frequente entre aqueles que sofrem de sintomas alérgicos
pela primeira vez. O resfriado dura apenas alguns dias, mas a alergia pode
durar meses. Portanto, se for seu caso procure orientação médica.
Tanto o resfriado comum como os processos
gripais são produzidos por vírus e contra eles não existem fármacos eficazes;
por isso os medicamentos atuam apenas em nível sintomático1. Os
medicamentos antigripais apresentam muitas associações, SILVA & SCHENKEL (1997) afirmaram que a combinação de doses fixas de um antipirético, vitamina C,
um descongestionante vasoconstritor, um anti-histamínico e cafeína constitui
uma associação típica dos produtos considerados como antigripais, apesar de não
haver confirmação científica que justifique a associação de substâncias para o
tratamento de cada um dos sintomas do resfriado, já que nem todos os sintomas
se manifestam em um único episódio de resfriado e, se forem, não acontecem
exatamente no mesmo período de tempo e não tem a mesma evolução2.
Além disso, as associações de substâncias podem aumentar a chance de
ocorrência de interação medicamentosa.
Ambos, analgésicos e antigripais, causam inúmeras
complicações, como úlceras, hemorragias digestivas e problemas no fígado3.
Ainda, os últimos podem trazer em sua composição substâncias (vasoconstritoras) que podem
alterar a pressão arterial de pacientes hipertensos, como também estar
relacionados a acidentes de trabalho de operadores de máquinas que exigem
concentração (anti-histamínicos)4.
Referências
1. MARQUES,
L. A. M. Atenção farmacêutica em distúrbios menores. São Paulo: Livraria e
editora Medfarma, 2005.
2.
SILVA, T. & SCHENKEL, E.P. Valor terapêutico dos medicamentos
disponíveis no mercado para o tratamento de sintomas do resfriado em crianças.
Revista Brasileira de Farmácia, v.78, n.3, p.65-68, 1997.
3. JESUS, P. R. C. O consumo desenfreado de medicamentos no Brasil
e a responsabilidade da propaganda. Disponível em:<http://www2.metodista.br/unesco/1_Ecom%202012/GT4/32.O%20consumo%20desenfreado_Paula%20Jesus.pdf>
. Acesso em: 11 set. 2014.
4. Medicamentos Isentos de
Prescrição (MIPs) nos supermercados: acesso ou retrocesso? Disponível em:
< http://www.institutosalus.com/colunistas/dayani-galato/medicamentos-isentos-de-prescricao-mips-nos-supermercados-acesso-ou-retrocesso>.
Acesso em: 11 set. 2014.