segunda-feira, 28 de julho de 2014

Pílula anticoncepcional | Interações medicamentosas


Os anticoncepcionais ou contraceptivos orais são fármacos que previnem a gravidez e podem ser utilizados em circunstâncias específicas como na prevenção de uma gravidez de risco, no planejamento familiar, entre outras. Os contraceptivos orais combinados também são amplamente utilizados por diminuir a incidência de amenorréia, ciclos irregulares, sangramentos intermenstruais, anemia ferropriva, tensão pré-menstrual, doenças benignas da mama, fibróides uterinos e cistos funcionais dos ovários. A aplicação mais importante dos estrogênios e progestógenos em combinação é a contracepção.
Os contraceptivos orais inibem a ovulação, pela supressão dos hormônios folículo-estimulante e luteinizante. Também aumentam a viscosidade do muco cervical, dificultando a penetração dos espermatozóides e causam atrofia endometrial, reduzindo a probabilidade de implantação. Em geral, mostram-se muito eficazes e, quando administrados corretamente, o risco de concepção é extremamente pequeno. Entretanto, o uso incorreto e o uso concomitante com outros medicamentos podem diminuir a eficácia contraceptiva.

Fatores responsáveis pela perda da eficácia contraceptiva

• Uso incorreto - o esquecimento de tomar a "pílula" e as variações em seu horário de ingestão pode determinar quedas dos níveis plasmáticos de estrógeno e progesterona.
• Vômitos e diarréia - podem diminuir o tempo de permanência do medicamento no tubo gastrintestinal, diminuindo sua absorção.
• Interação com outras drogas - alguns medicamentos, como anticonvulsivantes e antimicrobianos, interferem com a metabolização dos CO, reduzindo os níveis plasmáticos hormonais.
Álcool: Em pacientes com consumo de álcool crônico, o álcool gera uma indução nas enzimas hepáticas que leva ao aumento na biotransformação metabólica e, consequentemente, a diminuição da atividade dos fármacos.

Interação entre antimicrobianos e anticoncepcionais

O uso de antimicrobianos destrói as bactérias da flora intestinal, responsáveis pela hidrólise dos conjugados estrogênicos. Desse modo, o ciclo êntero-hepático do estrógeno é diminuído, com uma consequente redução dos níveis plasmáticos de estrógeno ativo. Outro mecanismo pelo qual os antimicrobianos parecem reduzir os níveis plasmáticos hormonais é a indução das enzimas microssomais citocromo P-450 no fígado, acelerando o metabolismo dos contraceptivos orais. Desse modo, a reciclagem diminuída de estrógeno, juntamente com o metabolismo hepático aumentado, favorece a queda das concentrações hormonais.
        Os principais antimicrobianos que podem interferir com o metabolismo dos contraceptivos orais são: 

Rifampicina: indução do sistema microssomal hepático, intensificando o
metabolismo dos contraceptivos orais.
Penicilinas (ampicilina, amoxicilina), cefalosporinas e metronidazol:
alteração da flora intestinal, diminuindo a recirculação êntero-hepática dos
estrógenos.
Tetraciclinas e eritromicina: indução das enzimas do sistema microssomal
hepático e alteração da flora intestinal bacteriana.

Referências:

http://www.conhecer.org.br/enciclop/2011b/ciencias%20da%20saude/interacoes%20medicamentosas.pdf

http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/cienciasmedicas/article/viewFile/1125/1100

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Descongestionante nasal: entenda o risco do uso excessivo

         
       
     Um problema de saúde muito frequente nas estações frias, a congestão nasal acomete crianças e adultos, devido o aumento de alergias respiratórias, como a rinite, resfriados e sinusite. Sintomas como dificuldades respiratórias, complicações no ouvido, alteração da qualidade do sono, desconfortos estes que alteram a qualidade de vida do paciente. Para aliviar os sintomas, descongestionantes nasais são medicamentos muito utilizados, porém, o uso indiscriminado pode causar graves problemas à saúde como taquicardia, elevação da pressão arterial e a chamada rinite medicamentosa.
     A rinite medicamentosa é uma forma de rinite não alérgica que acarreta agravamento das lesões previamente existentes na mucosa nasal, aumentando os sintomas de congestão nasal, além de induzir espirros excessivos e coriza. Geralmente é causada pelo uso incorreto de medicamentos, entre eles os descongestionantes nasais, e o tratamento para rinite medicamentosa é a suspensão do uso do medicamento que a causou. Pacientes que inicialmente não apresentavam nenhuma forma de rinite podem vir a desenvolver rinite medicamentosa induzida por uso abusivo dos descongestionantes nasais, e a longo prazo, podem levar à  diminuição ou perda do olfato.
       O uso aumentado desses medicamentos faz com que  o tempo de ação destes seja reduzido, e assim, induz o paciente a utilizar o medicamento em um intervalo de tempo cada vez menor, estabelecendo um ciclo de dependência e exposição progressivamente maior às ações prejudiciais dos mesmos. Os descongestionantes nasais contendo nafazolina, oximetazolina, clonidina, xilometazolina, tetraidrozolina são mais frequentemente responsáveis por causar dependência do uso e rinite medicamentosa.
    As substâncias contidas nos descongestionantes causam contração nos vasos sanguíneos nasais e assim desobstruem as narinas, porém o uso abusivo e prolongado podem  levar a contração de diversos outros vasos sanguíneos do organismo, que podem causar arritmias cardíacas, assim como o desenvolvimento do quadro de hipertensão arterial, além disso, podem provocar dependência psicológica. Dessa maneira, estes medicamentos são contraindicados à pacientes hipertensos, cardíacos, diabéticos ou portadores de hiperplasia prostática.


No Brasil, segundo dados do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica) do Hospital das Clínicas de São Paulo, os descongestionantes nasais estão em terceiro lugar em uma lista de problemas causados por reações adversas aos medicamentos.
Em consequência desses medicamentos serem vendidos sem prescrição médica,  os descongestionantes nasais pertencem à classe de medicamento mais procurado pelos pacientes que buscam a automedicação.
O uso indicado dos descongestionantes nasais devem ser no máximo por cinco dias em casos de rinossinusite e resfriado comum. Alternativas de tratamento podem ser adotadas no alívio dos sintomas além de evitar o uso desnecessário desses medicamentos, tais como a substituição por soro fisiológico associados ou não ao uso de corticoides nasais.
Devido aos inúmeros efeitos adversos trazidos pelo uso excessivo, é fundamental a conscientização da importância do seu uso correto e buscar sempre a orientação do médico e/ou farmacêutico.


Referências: